Direção do campus alega dificuldades para contratar profissionais.
A estudante Emanuela Abrósio Balico entrou em contato com o JdeB para buscar apoio quanto à falta de tradutores de Libras no campus da Unioeste de Francisco Beltrão. Ela cursa Ciências Econômicas e relata que faltam intérpretes para atender os universitários surdos.
“Infelizmente, a falta de intérpretes tem tornado minha experiência angustiante, especialmente na mediação dos conteúdos explicados pelos professores em língua de sinais. A compreensão dos conceitos e a interação com os demais ficam prejudicadas sem a presença deste profissional”, diz o texto enviado à reportagem.
Ela cita que esse problema tem sido recorrente desde que ingressou no ensino superior. Com outras acadêmicas surdas, já acionou o Ministério Público para buscar uma solução, mas sem resultados. “É frustrante perceber que nunca faltam professores para atender os alunos ouvintes, enquanto os surdos enfrentam percalços e burocracias para garantir a presença de intérpretes”, complementa.
Emanuela teme que, caso a situação persista, tenha seu desempenho acadêmico afetado. “Espero que esta situação seja tratada com a devida urgência. Estou muito preocupada com meu futuro acadêmico, que está sendo prejudicado por essa problemática”, prossegue.
Universidade diz que está buscando profissionais
Além dela, outras duas universitárias surdas estudam na Unioeste de Francisco Beltrão, todas à noite. São necessários três profissionais para fazer a tradução dos conteúdos em sala de aula. Mas o campus vem enfrentando dificuldades para contratar os intérpretes.
A direção da unidade informou ao JdeB que um profissional de Libras iniciou as atividades nesta semana, mas que ainda é insuficiente. Como são contratados por PSS (Processo Seletivo Simplificado), é preciso obedecer a critérios com prazos para o chamamento. Um dos candidatos aprovados desistiu e a direção convocou o terceiro colocado, e está aguardando a resposta.
Além destes, a Unioeste de Beltrão também está contratando uma empresa para prestar esse tipo de serviço, devendo fornecer dois profissionais por 20 horas semanais.
Fonte: Jornal de Beltrão