Jhonata Robert balançou as redes na Copinha, deu assistências e chegou às quartas de final com o Grêmio.
Como tantos outros meninos que disputam a competição, eles sonham em chegar ao profissional e brilhar nos gramados. Mas o um atacante tive que driblar dificuldades ainda maiores que seus colegas. Jhonata Robert tem deficiência auditiva nos dois ouvidos.
Jhonata já nasceu com a deficiência que ele herdou do pai e ao avô. Sua capacidade auditiva é reduzida a 70% em cada ouvido. O ele luta muito para estar em campo. Mais que as dificuldades naturais que as deficiências apresentaram para jogar futebol, ele tiver que encarar o bullying na infância e as próprias inseguranças. Mas também adquiriu habilidades para superar isso e conseguiu se destacar.
Jhonata conta que já teve dificuldades por não ouvir o que um companheiro diz ou a instrução de um técnico. Mas ele desenvolveu características melhores. “Eu procuro estar sempre mais atento, mais ligado nas coisas para eu não acabar perdendo e não escutando nada. Na hora da palestra, eu procuro sentar na frente. Como procuro estar muito ligado, eu tenho muita visão de jogo, uma percepção das coisas. Sei o que pode acontecer, o que vai acontecer. Adquiri, sim, uma qualidade”, disse.
“Às vezes não precisa falar muito comigo, eu tenho uma boa leitura labial de longe. Consigo interpretar o que eles estão falando. E muitas vezes o treinador passa a informação para alguém e essa pessoa fala para mim. Ele não precisa gritar para eu escutar”.
Jhonata, que começou a carreira em uma escolinha de futebol de Pernambuco onde ele nasceu em Recife, se destacou na base do Barra Futebol Clube, de Santa Catarina. Subiu para o profissional, fez gol na estreia, cresceu e foi emprestado ao Grêmio. Agora, na Copinha ele marcou dois gols e também deu assistências. Ele participou da boa campanha do time que perdeu nas quartas de final para o Corinthians no fim de semana. Apesar de se cobrar muito e acreditar que precisa melhorar no embate cara a cara com os adversários, ele saiu satisfeito com seu desempenho.
O garoto tem contrato até o próximo mês e espera continuar no clube. E demonstra confiança de seguir no profissional. Mas nem sempre foi assim. Jhonata sofreu bullying no início da carreira e chegou a ter muitas dúvidas se conseguiria jogar futebol.
“As pessoas brincavam falando da minha audição e me chamavam de ‘surdo’. Eu tinha a consciência muito fraca e isso acabava me chateando, ficando triste. Muita gente falava. E meu pai me ajudou: ‘Filho, isso não muda nada. Você tem que jogar, você vai aprender a lidar com isso. Fiquei escutando meu pai, minha família, isso foi me ajudando”, disse.
Fonte e corrigindo: https://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2019/01/21/deficiente-visual-e-auditivo-superam-bullying-para-brilhar-na-copinha.htm