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Igor Bucioli, 28 anos, nasceu com surdez severa. Nas redes, ele tem vídeos virais desmistificando preconceitos e ensinando Libras para pessoas sem deficiência.

Uma das soluções mais populares para acordar pela manhã é contar com a ajuda de um despertador. Mas e para uma pessoa que possui deficiência auditiva, quais são as alternativas para o despertar?

Com bom humor, o jovem Igor Bocioli, morador de Cascavel, no oeste do Paraná, compartilhou a resposta nas redes sociais. Ele, que tem surdez severa desde os seis meses de vida, publica sobre a rotina de uma pessoa que convive com a deficiência.

“‘Sou surdo. Como me acordar? Por ser surdo, não acordo com som […] Meu alarme é uma lâmpada que me avisa quando é hora de levantar”, contou.

No vídeo em que explicou como faz para acordar, o jovem soma mais 3,4 milhões de visualizações em uma única rede social.

Veja o vídeo, clique aqui.

Além de explicar questões relacionadas ao cotidiano, o jovem, que é formado em engenharia de controle e automação, tem feito outras publicações sobre a rotina de uma pessoa surda, aproveitando o engajamento para também ensinar aos seguidores os sinais da Língua Brasileira de Sinais (Libras) – que ele aprendeu aos três anos de idade.

“Sempre vi que a maioria das pessoas não sabia Libras. Eu ia a mercado, consultas médicas, eu ia a vários outros estabelecimentos, em vários locais, que as pessoas não sabiam. Então, por isso, eu tive a ideia de começar a ensinar Libras” afirmou.

A descoberta da surdez e vídeos para ‘aproximação de mundos’

O diagnóstico da surdez veio após a família de Igor notar que ele não reagia a estímulos de som. Ele contou que o pai participava de competições de motocross e, apesar do veículo barulhento, não ouvia som algum.

Com ajuda profissional, a família descobriu que Igor é surdo por conta de um quadro de rubéola que a mãe dele teve durante a gestação.

A motocicleta foi vendida e, com o valor, a família comprou o primeiro aparelho auditivo para Igor. Na época, eles vivam no Mato Grosso do Sul e se mudaram para Cascavel para que ele pudesse estudar em uma escola inclusiva.

Depois de anos experenciando as dificuldades que pessoas com deficiência são diariamente submetidas, Igor se inspirou para reproduzir o que é rotineiro para ele, mas desconhecido para muitas pessoas, gerando a aproximação do que ele chama de “dois mundos”.

“Eu acredito que mostre uma perspectiva que para mim é normal, cotidiana, que às vezes famílias sentem isso, mas que a maioria das pessoas não sabem. Então as minhas postagens são uma forma de aproximar esses dois mundos, de ter essa perspectiva mostrada para mais pessoas”, frisou o jovem.

Pelas redes, mais que despertar curiosidade, o jovem diz querer que as pessoas se conectem com o que ele diz e aprendam, ao menos, sinais básicos de Libras.

Ele destaca que a língua é essencial, principalmente em momentos de emergência, como atendimentos médicos, ou em momentos como a pandemia da Covid-19, que impossibilitou, por exemplo, a leitura labial – técnica usada para comunicação de surdos, mas que ficou inviável frente ao uso das máscaras à época.

“Como a minha família me descobriu surdo? Foi um momento bastante desesperador, as pessoas não sabiam como que eu ia me desenvolver, se era capaz, se eu poderia ter uma vida normal na sociedade. Então apresentar isso hoje é uma uma coisa boa, sabe? Mostra que sim, que que dá sim [para ter uma vida normal]”, compartilhou o jovem.

Fonte: G1

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