O Governo para Pessoas mostra que respeita e reconhece a capacidade de pessoas com deficiência. Um exemplo é Ruth Elen Santana, cuja surdez não impede que ela seja estagiária alfabetizadora em Língua Brasileira de Sinais (Libras), nível L1, em uma sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE), na Escola Municipal Maria Célia Ferraz.
BAHIA – O aluno João Guilherme de 6 anos, também surdo, é um dos atendidos por Ruth, que entende esse momento como de estimulação precoce da criança. “Ele está no início da aprendizagem e precisamos despertar nele e nas demais crianças, esse desejo visual pelas Libras”. Ela disse que pretende adaptar ao máximo os materiais para que o aluno compreenda o mais rápido possível a Libras, para, só depois, aprender a Língua Portuguesa. “O aluno surdo matriculado em uma escola precisa ter esse apoio, aprendizagem L1, caso contrário, no futuro, o prejuízo em sua educação será muito grande”, afirmou.
Sobre a metodologia para alfabetizar um surdo, ela destaca que tem uma percepção visual muito aguçada. “Eu não consigo ouvir, mas a minha percepção visual através da estimulação, do ensino da Libras, eu consigo compreender todo esse contexto comunicacional. Então é assim a minha habilidade com surdo. A comunicação visual é muito importante para o sujeito surdo”. Ela acrescenta que no começo é muito difícil. “Vou fazer a alfabetização, o período pré-silábico para que ele possa compreender, da mesma forma que acontece com as pessoas ouvintes. Vamos estar treinando ele todos os dias, estimulando, para que ele não esqueça os sinais e futuramente, com certeza, ele vai conseguir aprender assim como eu aprendi”.
Atualmente, Ruth está no terceiro semestre do curso de Letras Libras na Uniasselvi, em Vitória da Conquista. Nascida em São Paulo, concluiu o Ensino Fundamental I no Lions, o Ensino Fundamental II no Centro Municipal de Educação Prof.° Paulo Freire (Caic) e o ensino médio no Instituto Federal da Bahia (IFBA). “Tive algumas dificuldades, mas com o apoio dos intérpretes de Libras, eu consegui entender as explicações dadas pelo professor”.
Através da Central de Interpretação de Libras (CIL), Ruth ficou sabendo da vaga de estágio. “Preparei toda documentação junto com a faculdade e estou aqui, feliz no meu primeiro estágio. “Acredito que estou sendo praticamente um apoio aos surdos. Eles têm capacidades próprias, têm estudos, os que são formados e são profissionais também. A nossa língua para se comunicar é a Libras. Então, futuramente eu acredito que outros surdos irão despertar a vontade de estar também trabalhando no município”, concluiu.
Fonte: Prefeitura de Vitória da Conquista