Em setembro, cerca de 15 surdos participarão do Rock in Rio, para mais uma etapa na produção do MR, aparelho que capta vibrações sonoras.
Cerca de 15 mil pessoas participaram do show de despedida de Whindersson Nunes no ultimo sábado (18), em Teresina. Dentre eles, três pessoas com surdez completa assistiram ao espetáculo com MR, um protótipo de aparelho que capta as vibrações sonoras, desenvolvido pela startup piauiense TRON, que defende o ensino da robótica nas escolas.
Essa foi a primeira vez que o teste foi realizado no Piauí. Em conversa com o g1, o sócio fundador da startup, o físico Gildário Lima, contou que o teste de sábado foi importante para o projeto, pois pela primeira vez os participantes acompanharam um evento completo, acompanhados de intérpretes e mais profissionais que participam do desenvolvimento do objeto.
“O teste de sábado foi importante porque pela primeira vez os surdos acompanharam o show todo, nos anteriores eram testes de momento, então a gente começou a deixar o dispositivo mais móvel, eles se situaram nas cadeiras da frente para acompanhar”, pontuou Gildário.
Intensidade das piadas
“Eles comentaram que agora era possível saber a intensidade da piada, porque conforme a piada era muito boa, toda a plateia vibrava e eles começaram a sentir isso e isso foi muito emocionante pra eles, o barulho das palmas, a onda, o som. Eles sentirem as palmas por meio de vibrações foi uma coisa que me saltou aos olhos”, ressaltou ele.
Ainda de acordo com ele, a tecnologia já está pronta, e o próximo passo será de melhorias ergonômicas no equipamento, para que ele fique mais acessível, leve e possa ser usado por qualquer pessoa.
Tecnologia usada no MR
Gildário explicou que a tecnologia usada no projeto MR, que recebe esse nome em homenagem a uma aluna surda de uma escola que usava o método TRON, e a partir dos questionamentos da estudante Maria Rita, o projeto foi desenvolvido; consiste em um dispositivo que percebe sons em dois níveis.
“Ele consegue perceber o som ambiente quando o dispositivo está na versão ambiente, então tudo de som que rola no ambiente ele capta, processa e transforma isso para vibrações mecânicas espalhadas no corpo. Uma segunda forma de captação do dispositivo é por meio de um smartphone, onde eu conecto o dispositivo em um aparelho e todos os sons que saem do aparelho, música, independente do barulho externo, vai ser convertido também para experiência desse aparelho”, explicou Gildário.
Importância de Whindersson
“Ele passa a fazer parte dessa startup, ele comprou a ideia, por ser uma startup que surgiu no Piauí, e que está tendo impacto nacional e que revolucionando a inserção de tecnologia nas escolas por meio do método TRON. E segundo, porque ele é um grande defensor da inclusão e de como a tecnologia pode propiciar isso” ,falou ele.
Gildário contou ainda que além do MR, a TRON ainda possui outros projetos que serão desenvolvidos, como o protótipo de uma cadeira de rodas de baixo custo, que será executado após a finalização do MR.
Fonte: G1