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Estudo de Lindilene Oliveira faz uma descrição de um aspecto pouco discutido da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

A professora de Libras do Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Lindilene Maria de Oliveira defendeu, na terça-feira (11), a dissertação de mestrado “A categoria sintática predicativo na língua brasileira de sinais: um estudo descritivo”, tornando-se a primeira aluna surda a ingressar e defender o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da UFPE.

A pesquisa foi orientada pelos professores Marcelo Sibaldo e Gláucia Nascimento, do Departamento de Letras da UFPE. De acordo com o orientador, o estudo de Lindilene faz uma descrição de um aspecto pouco discutido nos estudos sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e contribuirá com a discussão sobre as estruturas sintáticas dessa língua.

“Estou muito feliz pela aprovação”, afirma Lindilene Oliveira. “A conquista não é só minha, mas de toda a comunidade surda, que ganha visibilidade e reconhecimento pela nossa Universidade”, explica. Para a professora e agora também mestra, todos podem tentar entrar na pós-graduação, sem se preocupar em diferenciação entre surdos e ouvintes. “O importante é a gente consolidar a Libras como nossa língua natural”, diz.

Confira em vídeo o depoimento da professora Lindilene, com tradução para português feita pelo servidor intérprete Roberto Carlos Silva dos Santos, do Departamento de Letras do Centro de Artes e Comunicação (CAC).

O professor Marcelo Sibaldo destaca que aprendeu bastante com a orientanda. “Estudei Libras e aprendi muito com essa experiência. Ela sempre se mostrou muito empenhada em aprender, apesar de todos os desafios”, lembra. Para ele, a vitória é não só de Lindilene, mas também do PPGL, que mostra que é acessível, e do Departamento de Letras, que vai ter uma pessoa mais qualificada em seu quadro de docentes. “É uma vitória também para a UFPE nesse sentido”, considera.

O orientador destaca também a importância do exemplo da professora para outros estudantes surdos. “A comunidade surda vai ter uma pessoa para olhar, se empoderar e perceber que elas também podem fazer”, ressalta. Marcelo Sibaldo ressalta ainda a grande contribuição do trabalho para a comunidade linguística, pois a Libras ainda é uma língua muito pouco descrita.

Para a coorientadora da pesquisa, Gláucia Nascimento, a conclusão é um marco histórico para o programa de pós-graduação. “É, ainda, uma vitória da comunidade surda, porque ganha em representatividade, num cenário do qual poucas pessoas surdas participam atualmente. Estudiosa e determinada, Lindilene nos deu a honra de fazer parte de uma história de difíceis lutas, mas de, felizmente, grandes vitórias”, comemora.

Fonte: Universidade Federal de Pernambuco

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