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A fala dá lugar aos sinais e os sorrisos estampam os rostos de surdos e ouvintes durante a roda de conversa em Libras (Língua Brasileira de Sinais), promovida pela Central de Libras da Assessoria de Políticas para Pessoas com Deficiência (PCD).

PARANÁ – A troca de conhecimento acontece às quartas-feiras, das 9h às 11h, na central, situada na Rua Schiller, 159, no Cristo Rei, e é acompanhada por tradutoras e pessoas surdas voluntárias. Recebe, gratuitamente, o público mais variado: servidores, artistas, professores, médicos, advogados e aqueles que querem aprender ou exercitar a língua de sinais.

A assessora da área, Denise Moraes, explica que o objetivo é ensinar, praticar e, principalmente, promover a comunicação inclusiva. A língua de sinais é mutável assim como a linguagem verbal. Têm expressões próprias e faz parte da cultura da comunidade surda. Para eles, ter uma língua é uma questão de pertencimento e inclusão”, explica Denise.

Izabel Giradeldo é surda desde criança e participa dos encontros com intenção de contribuir com a divulgação da língua. Segundo ela, a comunidade surda almeja que Língua Brasileira de Sinais seja a primeira língua dos surdos e que possa haver a comunicação fluente entre surdos e ouvintes. “Por isso, fico feliz em ensinar aqueles que interessam em aprender a nossa língua”, afirma Izabel.

A conversação é um dos serviços prestados pela Central de Libras da Prefeitura de Curitiba. A central tem intérpretes que facilitam a comunicação entre surdos e ouvintes por meio da Língua Brasileira de Sinais.

Os intérpretes fazem o acompanhamento das pessoas surdas em compromissos sócio-assistenciais, jurídicos e de saúde, por exemplo. Basta agendar o acompanhamento, que é gratuito.

“Batismo de sinal”

A advogada Desiree Winter Amaral participa assiduamente dos encontros na Central de Libras há seis meses. Ela teve o primeiro contato com a língua quando criança, durante cultos na igreja. Embora sempre tenha admirado a forma de comunicação, foi só depois de passar por uma depressão que resolveu aprender mais sobre o assunto. “Minha irmã sugeriu que eu aprendesse algo novo, diferente”, conta Desiree.

Foi depois de participar de aulas regulares no Centro de Ensino de Português e Libras que ela passou a admirar ainda mais a língua e a participar da conversação. Desiree recebeu um sinal da sua professora, Bruna Narazaki, que usa até hoje – os surdos costumam “batizar” as pessoas com um sinal para se referir a elas. Geralmente, é uma característica física marcante. “Nas aulas, aprendi, também, sobre o surdo e a sua identidade, a cultura. Passei a me interessar e querer fazer parte da comunidade, de interagir e trocar experiências”, explica.

Hoje, ela é uma entusiasta da língua e da cultura surda. Costuma participar de eventos e divulgar a Língua Brasileira de Sinais. A advogada fez do aprendizado uma ferramenta de inclusão e passou a atender clientes com deficiência auditiva.

Segundo ela, fala-se muito em inclusão de PCD no sentido de garantia de igualdade de condições e de direitos, mas também é necessário ter empatia. “A partir do momento que você aprende Libras e conversa diretamente com o surdo, você chega ao coração dele. Pra mim, isso é muito gratificante. É a verdadeira inclusão”, ressalta Desiree.

Libras

A Língua Brasileira de Sinais é um conjunto de formas gestuais usado por pessoas com deficiência auditiva para a comunicação entre elas e outras pessoas, sejam surdas ou ouvintes.

É composta por níveis linguísticos como fonologia, morfologia, sintaxe e semântica e não simboliza simplesmente a gestualização da Língua Portuguesa.

Para se comunicar usando Libras, além de conhecer os sinais, é preciso conhecer também as estruturas gramaticais para combinar as frases e estabelecer a comunicação de forma correta.

No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais foi estabelecida por meio da Lei nº 10.436/2002, como a língua oficial das pessoas surdas, e a segunda língua oficial do país.

Central de Libras

Mais informações: (41) 3363-5236

Fonte: Prefeitura de Curitiba

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