Equipe médica explicava ao soldado os procedimentos e ele traduzia para a gestante. ‘Não encontro palavras para decifrar a alegria’, diz Walker Sousa após encontro com bebê.
Com o celular em mãos, o soldado do Corpo de Bombeiro Walker Sousa participou daquela que é considerada uma das mais importantes ocorrências da carreira na corporação em Ribeirão Preto (SP).
Sem precisar se locomover, fez-se presente em um momento essencial na vida de uma gestante prestes a ter um filho de forma prematura ao sétimo mês de gestação.
A mãe é surda e não conseguia entender o que a equipe médica queria explicar a ela no momento do parto. Neste instante, uma videochamada a tranquilizou.

“Ligaram dizendo que uma mãe surda estava prestes a dar a luz e precisavam de alguém para se comunicar com ela. Não tinha ninguém no hospital que tinha conhecimento em Libras”, relembra Sousa.
A gestante estava nervosa por causa do parto, mas logo se acalmou ao conseguir se comunicar com o bombeiro.
De um lado do vídeo, a equipe falava a Sousa o passo a passo do procedimento. Do outro, o bombeiro traduzia para a mãe. Após o parto, realizado em 30 de junho, o soldado visitou mãe e filha no hospital. A criança segue internada, sem previsão de alta.
“Eu não tenho palavras, eu não encontro palavras para decifrar a alegria”, afirma.
Estudo de Libras

O soldado conta que começou a estudar Libras quando teve contato com surdos e não conseguiu se comunicar durante um trabalho voluntário com amigos.
“A gente estava interagindo com as pessoas que estavam na fila e eu cheguei até três pessoas que eram surdas, fui brincar com eles e não consegui me comunicar”, diz Sousa.
O bombeiro afirma que tem o desejo de se aprofundar ainda mais na linguagem. Desta forma, segundo ele, mais pessoas podem ser ajudadas. Uma das formas de auxílio que encontrou foi pintar o portão da casa dele com o alfabeto em Libras.
“Eu vou começar uma pós-graduação de libras e educação inclusiva especial. Talvez eu nem seja um interprete de libras futuramente, mas eu sou um multiplicador, um multiplicador de empatia, de amor ao próximo, de inclusão”, afirma Sousa.
Fonte: G1