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Na cidade de Marília, projeto tenta aumentar número de motoristas surdos registrados, atualmente apenas 45. No estado, esse contingente aumentou 38,5%, de acordo com o Detran.

A emissão de carteiras de motorista para pessoas surdas cresceu 38,5% em todo o Estado de São Paulo. Em Marília (SP), uma parceria entre uma autoescola e uma associação que atende pessoas com deficiência garante a habilitação e a inclusão no trânsito.

O aposentado Marcelo de Souza é surdo e para tirar a carteira de motorista foi necessário contratar uma intérprete de libras. Nas aulas teóricas, ela traduzia o conteúdo. Só dessa forma ele garantiu a CNH.

Os alunos surdos passam por aulas e provas teóricas e práticas iguais a todo mundo. A diferença é o custo. É que para ter um intérprete de libras durante os estudos, o dinheiro tem que sair do próprio bolso.

O program de Atenção à Acessibilidade do Detran de São Paulo disponibiliza um profissional para as provas teóricas e não para as aulas.

“A lei está falha nessa parte porque precisava ter intérprete em todas as etapas porque muitos não conseguem fazer a leitura labial e não conseguem entender. A lei precisa ser respeitada”, disse o aposentado Marcelo de Souza, com a ajuda de a intérprete Lucy Mayre Fiorentino, que participa da parceria.

Desde 2013, o número de motoristas surdos aumentou 38,5% no Estado, de acordo com o Detran-SP. Só no ano passado foram emitidas quase 6 mil CNHs. Em Marília, o número ainda é baixo – existem apenas 45 condutores surdos registrados.

Para o diretor de autoescola Jefferson de Freitas Moreira, o acesso dos surdos à CNH é uma questão de tempo e de mais informação. De acordo com ele, o interesse de alunos deste público tem aumentado.

Um exemplo dessa luta pela inclusão é o atleta Anderson Ricardo da Silva, que é surdo-mudo de nascença. Para conseguir a sua “independência” através da CNH, ele precisou enfrentar uma série de dificuldades.

“A primeira vez que ele [Anderson] tentou tirar a CNH não conseguiu pela falta de um intérprete de libras. Ele até levou um amigo que é interprete, mas o amigo foi barrado e foi necessário entrar com ação na Justiça para permitir o acesso”, explica Lucy Mayre Fiorentino, intérprete de libras.

O Detran-SP informou que a responsabilidade em oferecer intérpretes para aulas é da autoescola ou dos alunos. O departamento só oferece o serviço para as provas.

Fonte: https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2019/06/24/parceria-entre-autoescola-e-associacao-facilita-emissao-de-cnhs-para-pessoas-surdas-em-marilia.ghtml

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