Mecânico de manutenção aposentado, José Mário Graciano atua como Bom Velhinho há 13 anos e decidiu aprender língua de sinais para atender crianças surdas.
O mercado de trabalho para os Papais Noéis tem demanda intensa no fim do ano e, assim como outras profissões, exige que os trabalhadores se mantenham atualizados. Para o aposentado José Mário Graciano, que atua como Bom Velhinho em um shopping de São José dos Campos (SP), a preocupação vai além de entender qual o brinquedo da moda: há cerca de quatro anos ele aprendeu a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e vem conseguindo aprimorar a habilidade para conversar e entender crianças surdas.
Ele, que tem 69 anos e 13 deles como Bom Velhinho, conta que o interesse surgiu no Natal de 2014, após o encontro com duas gêmeas.
Já com mais prática e conhecimento de libras, ele conta que passou a entender melhor as crianças surdas que atendia.
“Atendi um garoto e consegui entender que ele queria um relógio e uma máscara do [personagem] Ben 10. Para o relógio ele apontou para o pulso. Fez a letra ‘B’, que são quatro dedos apontados para cima e fez os números um e zero. Para explicar a máscara ele passava a mão sobre o rosto. Papai Noel tem que estar ligado nos personagens também”, explica.
História
Além da parte profissional, Graziano foi criado sem mãe e tem um irmão cadeirante, de quem sempre cuidou. Hoje, casado há 47 anos, pai de duas filhas e avô de três netos, ele conta que a experiência de vida ajudou ele a se tornar um Noel com foco em inclusão. Ele explica que segue estudando a língua de sinais para aperfeiçoar a fluência.
“Eu sempre me preocupei em cuidar das pessoas. Continuo aprendendo. Uma vez um rapaz queria um jogo de fliperama e simulamos um jogo ali no meio do shopping. Para quem é surdo, 80% é por expressão facial e corporal. Ajuda muito”, disse.
Fonte: https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2018/12/02/papai-noel-usa-libras-para-se-comunicar-com-criancas-surdas-em-shopping-de-sao-jose-sp.ghtml