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Pai critica falta de intérprete de Libras para filho deficiente no IFSP: ‘Exclusão social’

Leonardo da Silva Miguel, de 22 anos, foi matriculado no curso de química, mas não consegue acompanhar aulas. Família recorreu ao MP. Instituição federal diz que busca solução com o MEC.

Pai de um estudante deficiente, o encarregado de obras Eduardo Veterano Miguel diz que o filho está sendo impedido de realizar o sonho de cursar o ensino superior em Sertãozinho (SP).

Segundo Miguel, Leonardo da Silva Miguel, de 22 anos, é surdo-mudo e o Instituto Federal de São Paulo (IFSP), onde ele está matriculado, não conta com um intérprete de Libras (língua brasileira de sinais) para auxiliá-lo.

A família recorreu ao Ministério Público (SP), mas até o momento não há uma definição.

“Isso é um dever da faculdade, é um dever da escola. Isso chama-se inclusão social. O que a faculdade está fazendo com ele é uma exclusão social”, diz.
Em nota, o IFSP informou que busca uma solução junto com o Ministério da Educação (MEC) para contratar um intérprete, e que o problema deve ser resolvido o mais breve possível.

Direitos
Leonardo nasceu surdo depois que a mãe teve complicações na gestação causadas por uma rubéola.

Apesar da deficiência, o jovem sempre se mostrou interessado nos estudos e contou com a ajuda de uma tradutora e intérprete durante o ensino público regular.

Ao concluir o ensino médio em 2019, ele decidiu cursar química e obteve uma boa nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Inscrito no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), conseguiu uma vaga no IFSP.

A mãe, Raquel Mara da Silva, afirma que, ao fazer a matrícula, especificou as necessidades do filho para o IFSP, mas o ano letivo teve início e o intérprete não foi providenciado.

Por causa da falta do profissional, Leonardo não tem conseguido acompanhar o conteúdo das aulas. Miguel diz que o filho tem frequentado a escola apenas para não perder a vaga, já que o Sisu estipula um limite de faltas por aluno.

“Ele chega em casa triste. Ele gosta de estudar, gosta de fazer as coisas na escola, mas ele está tendo muita dificuldade e estamos sentindo muito por isso. A gente fica muito triste por ele também.”

Apesar da dificuldade no ínicio do curso, o pai mantém a esperança de que o filho terá seu direito preservado.

“Eu tenho fé que ele vai conseguir e a gente vai se esforçar para isso.”

Solução
O IFSP informou que iniciou as tratativas com o MEC e que a solução deve ser dada o “mais breve possível”.

Ainda segundo o IFSP, o decreto presidencial n° 10.185, de 20 de dezembro de 2019, extinguiu o referido cargo e vedou a abertura de concurso público no âmbito da administração pública federal.

O G1 aguarda posicionamento do MEC sobre o assunto. O Ministério Público de São Paulo não se manifestou.

Fonte: G1

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