Mãe tatuou aparelho auditivo em homenagem ao filho, João Pedro: “Um garoto incrível, um herói que lutou e viveu”.
SÃO PAULO – Dayane Marretto, de Jundiaí, decidiu fazer uma homenagem ao seu filho, João Pedro, de 10 anos: ela tatuou um aparelho auditivo igual ao que ele usa. “Ele amou a surpresa, disse que agora somos irmãos gêmeos, somos iguais”, contou a mãe ao Tribuna de Jundiaí.
O pequeno jundiaiense, conforme contou a mãe, tem uma longa história de luta. Ele nasceu com apenas 5 meses, no Hospital Santa Elisa, o menor bebê que nasceu e sobreviveu no hospital até hoje. Por ser prematuro extremo e ter tido hidrocefalia, João precisaria de muito estímulo e fisioterapia, além de passar com terapeuta ocupacional e fonoaudióloga.
“Foram quatro meses de internação e muitas intercorrências ocorreram, precisando de cirurgias e até manobras de ressuscitação. Quando ele teve alta, a nossa aventura começou. Eu praticamente morava dentro do carro. Na parte da manhã, eram terapias na APAE. Na parte da tarde, terapias nas clínicas particulares do convênio”, contou a mãe.
Apesar da hidrocefalia, João não precisou colocar válvulas. A maneira de ajudar a água a ‘secar’ do cérebro foi por meio de muitos estímulos, brincadeiras, atividades, passeios e até mesmo diversão. “E funcionou!”, comemorou Dayane.
No entanto, aos 8 meses ela percebeu algo diferente no filho. “João olhava muito na minha boca. Comentei com a médica e ela sugeriu repetir o exame do ouvido, onde tinha dado negativo anteriormente. E desta vez deu positivo, João tinha perda auditiva”.
Então começou mais uma luta, com as idas constantes à ATEAL em Jundiaí. E o quanto antes pudesse, João começou a utilizar o aparelho auditivo, para que tivesse maiores chances de desenvolver a fala. “Corremos contra o tempo. Larguei meu trabalho para me dedicar a ele, durante cinco anos”, disse Dayane.
Hoje, com 10 anos, a luta ainda continua, mas as vitórias já foram inúmeras. “Ele é uma criança especial e perfeita. O João ainda faz duas terapias ocupacionais, por conta da sua coordenação motora afetada, além de fonoaudióloga e psicóloga. Ele está cursando o quarto ano da escola e é um excelente aluno, um grande orgulho para mim”.
Ideia da tatuagem
A ideia da tatuagem, disse a mãe, foi poder ficar igual ao filho e ajudar a encará-lo alguns olhares que recebe por conta do aparelho auditivo.
“Outro dia eu estava com João assistindo contatação de história no shopping e uma mãe perto de nós não parava de encará-lo. Eu fiquei indignada com isso, pois como que essa mãe irá passar algum ensinamento para a filha se ela mesmo não tem? E o João Pedro às vezes diz que pessoas, adultos e crianças, ficam olhando sem parar para ele e o aparelho. Então resolvi fazer um em mim para que as pessoas passassem a olhar pra mim também e tirassem um pouco o foco dele”, explicou.
E, mais do que isso, Dayane quis homenageá-lo. “Um garoto incrível, um herói que lutou e viveu. Um menino lindo que tem uma missão aqui na terra. O meu filho, que jamais excluiria, jamais abandonaria por qualquer problema que tivesse”, finalizou a mãezona.
Fonte: https://tribunadejundiai.com.br/cidades/jundiai/mae-de-jundiai-tatua-aparelho-auditivo-em-homenagem-ao-filho-ele-amou-a-surpresa/