Amor e superação são as palavras que definem a história dos jovens Thais Stefanny Ferreira Silva e Glauber Ferreira de Lima, ambos de 22 anos, que tiveram seus caminhos cruzados durante uma aula de Libras (Língua Brasileira de Sinais), há cerca de 4 anos, e hoje (19) puderam oficializar a relação no Casamento Coletivo promovido pela Justiça Itinerante do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL).
ALAGOAS – Eles possuem deficiência auditiva, mas, segundo os dois, isso não impediu que se aproximassem ainda durante o curso de Libras. Além deles, mais 44 casais também participaram da ação da Justiça Itinerante, no Centro Social da Igreja Assembleia de Deus (Casadril), localizado no município de Rio Largo. A cerimônia foi comandada pelo juiz André Gêda Peixoto Melo, coordenador do projeto, e pelo pastor Arnóbio Tavares Lima.
De acordo com o pai de Thais Stefanny, Geazi Ferreira da Silva, que atuou como intérprete durante a entrevista, a família está muito satisfeita, já que acreditava que a jovem nunca encontraria alguém especial por causa do problema auditivo. Segundo Geazi, a relação de Thais e Glauber já dura 3 anos e meio e a expectativa é de que os noivos permaneçam juntos por muitos anos. “Este projeto chegou em boa hora. Os dois queriam se casar, mas estavam receosos. Confesso que também tinha insegurança, mas a cerimônia ocorreu em perfeita ordem”, revela.
Rosimeire da Silva, 58 anos, e Reginaldo Romão, de 61, também aproveitaram a ação da Justiça Itinerante para oficializar a união. Os dois são evangélicos e estão juntos há 18 anos. Eles decidiram participar do casamento coletivo porque se converteram ao Protestantismo. “A gente já vive junto há muito tempo, mas decidimos nos casar para participar do batismo e ter a relação ainda mais abençoada por Deus”, explicou a noiva.
De acordo com o coordenador do Projeto Justiça Itinerante, juiz André Gêda, a cerimônia coletiva é uma ação muito importante, já que diminui os custos com o cartório e ainda reconhece a união dos casais civilmente, garantindo direitos e cidadania.
Para o pastor responsável pela cerimônia religiosa, a parceria firmada entre a Igreja e a Justiça tem dupla importância. “Socialmente, o casamento serve como referência para a formação da família, já a importância espiritual consiste na obediência à Palavra de Deus, que condena a união fora do matrimônio”, defendeu.
Justiça Itinerante
O Projeto Justiça Itinerante do TJ/AL já viabilizou mais de 21.360 uniões durante 16 anos de atuação no estado. Só no ano passado, foram realizados 1.002 casamentos. A ação pode ser solicitada por meio de instituições públicas, associações comunitárias, igrejas e grupo de pessoas.
De acordo com a registradora civil Leônia Marques Pereira, do Cartório Registro Civil de Utinga, localizado no Rio Largo, as organizações interessadas em promover casamentos coletivos devem enviar ofício para o TJ/AL, para que as medidas necessárias sejam tomadas. Ela informou ainda que os custos do cartório são de responsabilidade dos grupos. Outras informações podem ser solicitadas através da Coordenação da Justiça Itinerante, o telefone para contato é o (82) 4009-3310/3162.
Fonte: http://www.tribunahoje.com/noticia/135681/interior/2015/03/19/justica-oficializa-unio-civil-de-mais-45-casais-em-rio-largo.html