Medida foi adotada em Penápolis (SP) e partiu de jovens de um clube de serviço.
Jovens de um clube de serviço criaram um sistema que ajuda pessoas com deficiência auditiva a terem acesso a informações de lugares públicos, por meio de um QR Code, em Penápolis (SP).
Com a nova tecnologia, esse público consegue ter acesso a vídeos com áudio legendado em Libras. Por meio da Língua Brasileira de Sinais, os moradores podem conhecer mais sobre diversos lugares na cidade, como museus, prefeitura e escolas municipais.
Leonardo Ferreira Mioti, presidente do Rotaract Club de Penápolis, foi quem teve a ideia e logo retransmitiu para os outros colegas do grupo. Em entrevista à TV TEM, ele conta que todos apostaram na iniciativa.
“A gente teve uma reunião e foi apresentado o projeto. A gente achou inovador porque a cidade nunca teve acessibilidade desta forma e ai o clube topou fazer”, conta.
Inicialmente, 70 plaquinhas com QR Code foram instaladas em diversos pontos da cidade. A meta é ampliar ainda mais o projeto.
Para tornar o trabalho real, os jovens tiveram apoio de duas professoras. Rosa Flor Moreli e Vivian Moreli, que são mãe e filha, ajudaram na interpretação das informações.
“Nós conseguimos fazer 70 plaquinhas. Fácil não é, porque lidar com a câmera não é fácil e temos que aprender também, mas o desafio é maravilhoso. A pessoa que é surda luta diariamente e quebra diversas barreiras. O que fazemos ajuda de alguma forma nessa luta”, explica Vivian.
Juntas elas dedicaram horas para as gravações e narrações dos vídeos. Rosa Flor lembra que ao ver o resultado final, a sensação é de muita gratidão. Além da vontade de tornar o projeto ainda maior.
“Achei maravilhoso essa experiência pelo pessoal do projeto ser jovem e partir deles a ideia. Está sendo colocada em cada estabelecimento da cidade para que eles, os deficientes auditivos, possam ter essa acessibilidade e também esse sentimento de pertencimento que é muito importante”, explica.
A Giselli é surda de nascença e se comunica por meio de Libras. Com a ajuda da mãe, a professora Giselli Selipirandy, a jovem expressou o sentimento de ver a iniciativa sendo colocada em prática.
“Fiquei muito feliz, fiquei admirada com os QR Codes de acessibilidade. Ela (Giselli) quer mais e mais plaquinhas, para que a gente mate a nossa curiosidade de entender os lugares, as histórias. Também é bom para os turistas que forem surdos e que chegarem aqui.. Se cada lugar tiver essas placas, é perfeito”, conta.
Ainda segundo Giselli, é necessário colocar as plaquinhas nos hospitais, nos bancos, nas lojas, nos mercados e ainda falta acessibilidade na comunicação.
“A gente fica perdido, é preciso de intérpretes nesses lugares”, finaliza.
Surda de nascença, até os sete anos a Mel não ouvia nada. Ela passou por cirurgia para a colocação de um implante coclear que permite que hoje, aos 13 anos, ela consiga ter percepção de parte dos sons. A adolescente está na fase inicial de aprendizado de Libras e teve contato com as plaquinhas do projeto pela primeira vez.
“Eu amei. É muito bom para ajudar também. Às vezes eu não consigo entender o que a pessoa está falando em Libras também, então me ajuda”, conta.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são quase 3.000 pessoas que têm algum tipo de dificuldade na audição, em Penápolis.
Fonte: G1