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Jovem surdo trabalha no atendimento ao público na Urbs com sistema especial de comunicação

Gabriel Henrique Arzua possui deficiência auditiva, faz estágio na URBS e atende o público na área de transporte comercial

Ser surdo poderia ser um impeditivo para trabalhar no atendimento ao público, mas não para o estudante Gabriel Henrique Arzua, de 23 anos, que é estagiário na Unidade de Fiscalização da Mobilidade Comercial na Urbanização de Curitiba (Urbs). A empresa desenvolveu um sistema que permite que o jovem trabalhe normalmente no guichê que atende as demandas de taxistas, motoristas de aplicativos e de transportadores escolares.

A pessoa atendida fala em um microfone e o computador de Gabriel transcreve o que foi dito. Quando é a vez de o estudante falar, ele escreve no computador e o texto é transformado em áudio para o cliente.

A solução tem dado tão certo que Gabriel já é um dos campeões de atendimento do setor, que cuida de fiscalização e multas ligadas à Mobilidade Comercial – táxis, transporte escolar, motofrete, fretamento e veículospor aplicativos.

“Estou muito feliz aqui”, diz Gabriel, que cursa Letras-Libras na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e está nesta função na Urbs desde o início do ano.

“Poderíamos deixá-lo em um trabalho administrativo interno, no qual ele não tivesse um desafio de comunicação tão grande, já que a maioria das pessoas não domina a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Mas o projeto mostra que é possível fazer a inclusão de pessoas com deficiência em praticamente todas as áreas” diz Alessandro César de Souza Alves, gestor da Área de Mobilidade Comercial da Urbs. “Ele é elogiado inclusive pelos taxistas atendidos”, completa.

No Brasil, aproximadamente 9,7 milhões de pessoas têm deficiência auditiva. Dentro desse total, 2 milhões apresentam deficiência auditiva severa.

Segundo informações do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência Física (Conade), as maiores dificuldades de inclusão dos deficientes no mercado de trabalho são o preconceito, a adaptação de ambientes e a comunicação com os colegas e chefes, no caso de ouvintes e não ouvintes.

Internamente, o estudante, colegas e chefes usam um aplicativo pelo celular que transcreve falas e todos já se acostumaram com a dinâmica de comunicação.

E não pense que Gabriel tem moleza no trabalho, por ser surdo. “Quando há muitos atendimentos, ele trabalha tanto quanto os outros funcionários”, diz Reginaldo Giovanelli, Coordenador da Unidade de Fiscalização da Mobilidade Comercial.

“Meu plano é continuar a trabalhar com o público mesmo depois de formado na universidade”, diz Gabriel.

Fonte: Prefeitura de Curitiba

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