Aos 21 anos, ela comemora a recente conquista ao ingressar na universidade em Florianópolis.
SANTA CATARINA – Brenda Coelho Pereira perdeu a audição aos três anos, depois da complicação causada por uma doença. Aos 21 anos, ela comemora a recente conquista ao ingressar no curso de Letras-Libras (Língua Brasileira de Sinais) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis.
“Era um desejo, na verdade um sonho que eu tenho de ser professora de Libras”, disse.
A inclusão de estudantes surdos nas escolas e universidades ainda é um desafio para a educação brasileira. Em todo o Brasil, são apenas 30 escolas bilíngues, onde todas as atividades são realizadas em Português e em Língua Brasileira de Sinais.
“[Saber libras] É muito importante para as pessoas surdas que têm suas dificuldades, as suas limitações, e também dificuldade com sua comunicação com a maioria ouvinte que não sabe a língua dos sinais”, afirma Brenda.
A limitação não impediu a jovem de estudar e se formar no curso técnico em vestuário, no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) de Araranguá, no Sul catarinense.
O intérprete Anderson Alves Nunes, afirma que a dedicação e o esforço de Brenda já eram destaque durante o curso no IFSC.
“Ela sempre foi uma pessoa que buscou o estudo e o conhecimento. Acredito que na UFSC ela vai ter uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissionalmente”, disse.
Novos planos e realização de um sonho
O primeiro dia de aula será em março e inicialmente ela irá dividir as casa com outras três pessoas surdas.
Segundo Brenda, os planos futuros envolvem o ensino da língua de sinais para surdos e ouvintes, como uma forma de diminuir barreiras que ela mesma encontrou pelo caminho.
“Vejo isso como obrigatório nas escolas públicas e particulares. Precisa haver a comunicação com os surdos, porque a maioria sofre com uma série de limitações. Por exemplo, no hospital ele não consegue ter uma comunicação. Então por isso, a importância dos ouvintes saberem, ter dentro desses espaços públicos e particulares um intérprete, uma pessoa que saiba Libras”, explicou a estudante.
Fonte: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2019/02/02/surda-e-ex-aluna-do-ifsc-jovem-passa-na-ufsc-e-pretende-ser-professora-de-libras.ghtml