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Colégio Ulbra Concórdia, em Porto Alegre, tem 88 alunos, educados em língua portuguesa e Libras desde a formação infantil até a conclusão do ensino médio. Provedor da instituição informou em agosto que vai encerrar as atividades letivas. Ação nas redes sociais com a hashtag #SomosTodosConcordia chama atenção para o caso.

A Escola Ulbra Concórdia, em Porto Alegre (RS), que atua há mais de 50 anos na educação bilíngue de surdos – em Língua Portuguesa e Libraspode fechar as portas em dezembro por falta de recursos. Em agosto, a Associação Educacional Luterana do Brasil (AELBRA), única mantenedora do colégio, informou à direção que não pode mais bancar a escola.

“Todos os nossos alunos são de famílias de baixa renda e estudam gratuitamente. Essa bomba caiu sobre nós no dia 22 de agosto”, diz Katherine Halberstadt, professora de História, intérprete de Libras e integrante da comissão de assuntos externos da escola.

“Em 2019, a mantenedora deixou de ser filantrópica e entrou em recuperação judicial. Agora anunciou a descontinuidade das atividades letivas a partir do ano de 2021”, conta a professora.

“Temos 88 alunos. São nove na educação infantil, 48 no ensino fundamental e 31 no ensino médio. A escola tem um perfil acolhedor, atendendo às dificuldades das famílias e dos alunos para a formação e o bom desenvolvimento”, afima a educadora.

A direção do Ulbra Concórdia conseguiu se reunir com representantes do Ministério da Educação (MEC) e da Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul para expor a situação e, por meio da mãe de um aluno, deve participar de uma audiência pública com o governo estadual na próxima semana.

“Estamos em busca de empresas ou instituições que tenham interesse em prover nosso projeto. A Escola Concórdia esteve presente nos grandes momentos da história dos surdos em Porto Alegre, seus professores e alunos lutaram por espaços de direito e de visibilidade na sociedade. A escola sempre abriu espaços para encontros, painéis, seminários e congressos. Em muitas oportunidades, órgãos públicos encaminharam seus representantes para debaterem com os nossos alunos sobre os direitos do surdo na sociedade”, ressalta Katherine Halberstadt.

“Não fazemos oposição à escola inclusiva, mas oferecemos um espaço diferenciado para que os alunos possam conviver com seus pares, onde tenham uma aprendizagem qualificada na formação de uma identidade e cultura surda. Quando falamos sobre a inclusão, ressaltamos que as pessoas surdas têm uma cultura distinta dos ouvintes, participam de uma comunidade específica e devem fazer parte dela ativamente, vivendo e modificando, como qualquer sociedade faz”, esclarece a professora.

“A Escola Concórdia sempre acolheu surdos com diferentes diagnósticos, como surdos profundos, severos, moderados, surdos progressivos, oralizados, implantados, com outros comprometimentos sensoriais, intelectuais ou físicos. A escola esteve, por todos esses anos, de portas abertas, atendeu, acolheu e orientou alunos e famílias na direção de uma qualidade de vida melhor e queremos atender mais surdos, auxiliar no processo escolar e no social, como fizemos até agora”, completou a professora.

Quem tiver interesse em conversar com o colégio pode procurar os representantes da Comissão de Assuntos Externos da Escola Concórdia (CAEEC) nos contatos abaixo.

Professora Juliane Nunes, (51) 99363-1779 ou julianeaanunes@gmail.com

Professora Carol Halberstadt, (51) 99127-2091 ou katherinettils@gmail.com.

Fonte: Estadão – Vencer Limites

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