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Após sua estreia presencial no CineSesc no dia 3 de maio, o documentário “Uma história em muitas mãos” agora está disponível no YouTube, no canal do Maringá Histórica.

Com roteiro de Miguel Fernando e direção de Thayse Fernandes e Daniele Miki, a obra aborda eventos históricos relacionados à comunidade surda maringaense e suas principais instituições de apoio, como o Colégio Bilingue para Surdo (Anpacin) e a Associação dos Surdos de Maringá (Asumar). Produzido no estilo docudrama, o filme traz encenações que mostram o cotidiano dos surdos, além de entrevistas com quase 20 pessoas. Foram, precisamente, 10 entrevistados surdos e sete ouvintes.

A pesquisa de conteúdo e a seleção dos entrevistados foram conduzidas pelas professoras doutoras surdas Daniele Miki Fujikawa e Marília Ignatius. O objetivo é retratar como os surdos vem se organizando ao longo dos anos na cidade, abordando as dificuldades de comunicação em atividades básicas, como consultas médicas, graduação, inserção no mercado de trabalho, participação em reuniões de pais, entre outras. Mas o filme não deixa de abordar fatos positivos, como as conquistas com a implementação da educação bilingue, a obrigatoriedade de intérpretes nas instituições de ensino e o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (a Libras) como segunda língua oficial do Brasil. A criação e evolução da Libras e a transição do modelo oralista para o bilingue na educação da população surda estão entre os temas abordados.

O material foi produzido pela Cosmos Filmes em parceria com o Arena das Artes. Segundo um dos idealizadores do projeto, o produtor executivo Alan Gaitarosso, um dos fatores que motivaram a produção do documentário foi a falta de registros sobre a produção e a história do surdo aqui em Maringá. “Sempre converso com amigos surdos para tentar entender um pouco o que já foi feito na cidade para eles e por eles. Sempre me contam boas histórias, mas percebi que isso não está registrado em lugar nenhum, além da memória dessas pessoas. Por isso pedi para a Dani, que é escritora e também muito preocupada com registros das produções artísticas dos surdos, para convidar essas pessoas para contar suas histórias e registramos. Espero que esse material sirva para que as novas gerações de surdos compreendam como as coisas foram construídas até chegarmos ao ponto em que estamos, mas que também sirva de referência para que o ouvinte entenda um pouco mais do dia-a-dia deles”, diz.

“A história do surdo é enorme, mas as pessoas em geral não conhecem, então esse filme é muito importante por que vai mostrar essas informações para a sociedade, não só de Maringá, mas de outras cidades do Brasil. Essas informações vão ajudar a diminuir os preconceitos, do entendimento de quem é o surdo, que o sujeito surdo tem a sua individualidade e não se pode generalizar”, explica a codiretora, Daniele Miki.

Fazer essa codireção com a Dani, num projeto tão bonito como esse, foi muito importante para a minha caminhada como diretora. Este projeto me permitiu mergulhar na comunidade surda de Maringá, revelando não apenas os desafios enfrentados por seus membros, mas também sua rica cultura e forte senso de comunidade. Espero que este filme amplie a visibilidade dessas pessoas tão importantes e inspire uma maior compreensão e respeito por parte de toda a sociedade”, comenta a diretora Thayse Fernandes.

Fonte: Instituto Cultural Ingá

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