O álbum “Conhecendo a Serra do Japi”, com 12 páginas, contém os sinais em Libras e facilitou a comunicação de Luís Felipe durante a vivência na aula ao ar livre.
Na última terça-feira (25), a turma do 2º ano da Emeb Geraldo Pinto Duarte Paes de Jundiaí realizou uma visita à Serra do Japi. Para tornar a experiência ainda mais inclusiva para o estudante Luís Felipe, que é surdo, a intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) Nataniele da Silva, em conjunto com as crianças da turma, organizou um álbum especial.
O álbum “Conhecendo a Serra do Japi”, com 12 páginas, contém os sinais em Libras do vocabulário temático referente à visita. A iniciativa teve como objetivo facilitar a comunicação de Luís Felipe durante a vivência.
A inspiração para o álbum surgiu da paixão de Luís Felipe por futebol. “Pensei num álbum igual aos de Copa do Mundo em que, em vez de jogadores, ele pudesse colar figurinhas dos objetos identificados durante a visita e que eles já tinham trabalhado com a professora”, explica Nataniele.
Para enriquecer ainda mais o álbum, a intérprete contou com a colaboração de Leandro Ramalho, consultor surdo da Ateal. Ele foi responsável por montar os sinais específicos para cada árvore encontrada na Serra do Japi, como embaúbas, cedros e figueiras brancas.
Vivência na Serra do Japi faz parte do projeto Pequeno Cientista da Natureza
A visita à Serra do Japi faz parte do projeto Pequeno Cientista da Natureza, uma iniciativa da Unidade de Gestão de Educação (UGE) por meio do Núcleo de Educação Socioambiental. O projeto, realizado em parceria com a Fundação Serra do Japi, é voltado para estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental e consiste na visita monitorada ao Centro de Referência em Educação Ambiental (Cream).
Durante a vivência, as crianças participam de atividades nas estações da lupa digital e de uma maquete que demonstra o comportamento da chuva em terrenos com e sem vegetação preservada. Em seguida, realizam uma trilha na mata, observando e anotando tudo o que encontram.
Luís Felipe aproveitou ao máximo a visita à Serra do Japi. Ele ficou impressionado com a beleza da natureza e aprendeu muito sobre a importância da preservação ambiental. “Descobri que os musgos têm aquela textura fofa porque absorvem a umidade. Aprendi também que os líquens são muito sensíveis à poluição e, por isso, aqui na serra tem muitos deles e onde eu moro há menos, pois tem muita indústria por lá”, comentou o estudante.
A gestora de Educação, Vastí Ferrari Marques, ressaltou a importância da iniciativa para a inclusão de Luís Felipe. “Esta ação demonstra a perfeita interação que existe dentro da rede de apoio do estudante, composta pelos profissionais da escola e da instituição que o atende, sua família e a Unidade de Gestão de Educação. Somente quando há esta sinergia é possível a criação de todas as possibilidades de que a criança com deficiência precisa, tornando a Inclusão uma realidade”, afirmou.