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O projeto “A História que eu Vejo” foi criado pela diretora artística Luciellen Castro e a consultora de acessibilidade Thalita Araújo. O objetivo é trabalhar a inclusão e a acessibilidade nas instituições.

Como comunicar de forma acessível? As crianças da Escola Municipal de Tempo Integral e Educação Bilíngue Francisco Suderland Bastos Mota, no Parque Dois Irmãos, em Fortaleza, podem dizer que se tornaram mini multiplicadoras do tema.

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Elas apresentaram na manhã desta quarta-feira (26) contação de histórias utilizando a Língua brasileira de sinais (Libras), com tradução para o português.

A ação fez parte do projeto ‘A História que eu Vejo’, criado pela diretora artística Luciellen Castro e a consultora de acessibilidade Thalita Araújo. O projeto usa o teatro, a música e as Libras para dialogar com o público surdo e também ouvinte:

“Comecei a trabalhar em um centro cultural e lá conheci a contação de histórias. Gostei tanto desse universo que meu trabalho monográfico foi dentro da temática. Nesse processo, conheci a Thalita e ela foi me ensinando Libras, fui entrando no universo. E foi quando a gente estruturou o projeto: a ideia é que não somente a gente contasse a história, mas que desse ferramentas para que as crianças pudessem contar suas próprias histórias”, explicou Luciellen ao g1.

O projeto funciona dessa maneira:
  • A equipe vai à escola e inicia a formação;
  • A ideia é que crianças surdas sejam as protagonistas, mas todos são bem-vindos;
  • Além das Libras, a equipe trabalha o uso de objetos cênicos e trilhas sonoras;
  • Essa formação dura cerca de duas semanas;
  • Com grupos divididos, as crianças decidem qual história contar e apresentam.

“A escola é bilíngue, então tem filhos de surdos que são ouvintes, por exemplo. Mas todas as histórias foram contadas em Libras. O que é importante é a socialização entre as crianças. Também sou professora de arte e quando a gente recebe alguma criança com deficiência, ela acaba ficando isolada do grupo. Acho que nosso projeto vem potencializar essa ideia de uma criança aprendendo com a outra”, reforçou a diretora.

O projeto surgiu em Brasília e já passou pelo Rio de Janeiro também. Em Fortaleza, além da escola municipal, a equipe pretende negociar inserções no Centro Cultural Dragão do Mar, por exemplo, e em outras instituições de educação.

  • Segundo Luciellen, em Brasília “as crianças tinham muita sede de externalizar todas as ideias que passavam pelas suas cabeças a partir de perguntas mediadoras lançadas durante as oficinas. Percebemos uma carência, por parte das crianças, de serem ouvidas”.
  • Já no Rio de Janeiro, o retorno da equipe escolar tocou o coração da equipe, que ouviu “que ali foi uma das poucas vezes em que a escola foi notada por um projeto externo e que eles estavam muito felizes porque as crianças puderam mostrar que elas existem e que são capazes”, compartilhou Luciellen.

Em Fortaleza, os benefícios não são diferentes. Segundo a diretora, trabalhar com teatro, especialmente a contação de histórias, é fundamental para o desenvolvimento da linguagem nas crianças:

“É óbvio que as pessoas com deficiências existem. Elas estão em todos os espaços. Mas, se eu não convivo, é como se elas não existissem, como se eu não soubesse do que elas precisam, quais as demandas. Acabo não naturalizando. Essas pessoas existem, são inteligentes, produzem coisas. Acho que o ponto forte do nosso projeto é levar Libras, que é uma língua nossa.”, concluiu.

Fonte: G1

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