Empreendedora Bruna da Silva Filadelfo já acumula mais de mil inscritos no seu canal de receitas para surdos e ouvintes. Há cerca de dois anos, ela criou o canal para auxiliar as pessoas com deficiência auditiva a terem acesso aos conteúdos de culinária na internet.
Diversos cozinheiros do país servem de inspiração para muitos aspirantes a chef. E entre eles está a moradora de Marília (SP) Bruna da Silva Filadelfo, que nasceu com deficiência auditiva e passou a apresentar um cardápio diversificado e inclusivo de conteúdos em seu canal do Youtube.
Em entrevista para o g1, Bruna conta que começou com o canal há cerca de dois anos. Ela juntou o amor pela cozinha com a vontade de ajudar surdos que, assim como ela, tiveram dificuldade em aprender as receitas por conta da falta de acessibilidade nos vídeos da plataforma.
Por isso, Bruna se especializou com os cursos tanto pagos quanto gratuitos, fundamentados na culinária e acrescentou um ingrediente especial ao conteúdo: a tradução e dublagem.
Assim, a influencer consegue levar as receitas para surdos e ouvintes, sem restringir o público e diminui a barreira que os separa. Afinal, segundo ela, “com a tradução os surdos podem aprender as palavras em português que aparecem na legenda e vice versa”.
Neste momento, o trabalho que lhe rende um carinho enorme dos espectadores já reúne mais de mil inscritos no Youtube e mais de mil seguidores no Instagram, outro perfil da cozinheira.
“Recebo muitas mensagens por direct no Instagram de pessoas elogiando, pedindo para eu continuar com as receitas e sugerindo outras. Tento atender cada um dos pedidos que chegam”, conta.
Como pratos favoritos e entre aqueles que mais gosta de ensinar, Bruna destaca os bolos, tortas e a comida nordestina, como o cuscuz, uma das receitas que mais fazem sucesso no canal, acarajé e a moqueca (veja vídeo abaixo).
Isso porque, a cozinheira carrega um amor pela região Nordeste, já que a filha “coda” (filha ouvinte de pais surdos), Emanuelle da Silva Fantin, de 19 anos, nasceu em Barreiras (BA): “Quando experimentei a comida nordestina me encantei”, conta Bruna.
No começo, Bruna relata que passou por algumas dificuldades, como a falta de recursos disponíveis para produzir vídeos de qualidade. Hoje, grava os vídeos com uma câmera semiprofissional, presente da mãe.
“Ainda faltam algumas coisas para a gravação ficar de fato profissional, mas, é um passo por vez. No futuro, com certeza terei luzes, um fundo apropriado e uma câmera profissional”, diz.
Fonte: G1