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Serviço criado pela Prefeitura tem o objetivo de ampliar o acesso de pessoas com problemas auditivos a serviços básicos.

RIO GRANDE DO SUL – Para ajudar as pessoas surdas a enfrentarem os obstáculos da rotina, a Prefeitura de Santa Cruz do Sul implantou em dezembro de 2017 a Central de Libras, uma das poucas existentes no Estado. O serviço, regulamentado em decreto e vinculado à Secretaria Municipal de Comunicação, oferece intérprete de Libras nos atendimentos a surdos. Até o momento, já foram realizados aproximadamente 430 atendimentos.

De acordo com a intérprete  Francine Beatriz da Silva, são atendidas entre 30 e 40 pessoas por mês. “O acompanhamento é solicitado para os mais diversos fins, desde entrevistas de emprego, casamento no civil, até realização de consultas e exames, entre outros”, explica ela, que também é servidora muninicipal. Francine pode acompanhar o usuário para a solução de demandas em órgãos públicos, como escolas, postos de saúde e equipamentos de assistência social, além de hospitais, bancos, delegacias e cartórios, entre outros.

As solicitações podem ser feitas pelo WhatsApp (51) 98443 0312, no telefone fixo 3713 8201 ou diretamente na Central de Libras, localizada junto ao Palacinho, na Praça da Bandeira, no horário das 7h45 às 11h45 e das 13h30 às 17h30. “Vejo meu trabalho como a garantia do direito à cidadania. Sou feliz e realizada porque tenho a oportunidade de todos os dias poder fazer a diferença na vida de alguém”, frisa a profissional. Pelas estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Santa Cruz tem 1.376 pessoas com surdez ou grande perda auditiva.

*Com informações da Secretaria de Comunicação do Município de Santa Cruz do Sul.

Do casamento à maternidade

Quando a primeira filha de Kaoma Kris e Djone Laércio Kuentzer nasceu, há cinco anos, o casal de surdos enfrentou muitas dificuldades no acompanhamento pré-natal. Durante a espera da pequena Djane, eles precisaram até mesmo pagar um intérprete para facilitar a comunicação nas consultas médicas. Desde o início da Central de Libras, os moradores do Bairro Avenida fazem valer seu direito à acessibilidade. Na mais recente gravidez, dos gêmeos Lyon e Kayone Kuentzer, hoje com cinco meses, eles contaram com a assessoria disponibilizada pelo Município.

Com a ajuda da intérprete de Libras, a assistente de farmácia e o auxiliar de almoxarifado encontraram suporte durante as consultas obstétricas e até mesmo nos trâmites para inscrição dos filhos na escolinha – as três crianças são ouvintes. “Esse serviço é fundamental diante das dificuldades diárias que enfrentamos”, afirma Kaoma. Nos últimos anos, o casal também foi acompanhado na cerimônia do casamento civil e no encaminhamento de documentos na agência da FGTAS/Sine. “A ajuda da intérprete de Libras é muito importante para a comunicação ficar mais clara, tanto para repassar como receber informações”, observa Djone.

Direito à acessibilidade

A legislação brasileira estabelece a promoção da acessibilidade às pessoas surdas. A Lei 10.098/2000, conhecida como a Lei da Acessibilidade; a Lei 10.436/2002, conhecida como a Lei de Libras; e o decreto 5.626/2005, que regulamenta a Lei de Libras, preveem o atendimento às necessidades dos surdos. Ainda há a Lei 12.319/2010, que regulamenta a profissão do intérprete de  Libras. Essas normativas estabelecem, entre outras coisas, que o poder público deve promover a formação de intérpretes de língua de sinais para que as pessoas com deficiência auditiva possam ter acesso a qualquer tipo de comunicação. Além disso, deve ser assegurado a essas pessoas o direito à informação, através da eliminação de qualquer barreira que possa impedir a comunicação.

Fonte: http://www.gaz.com.br/conteudos/regional/2019/08/28/152830-central_de_libras_oferece_suporte_a_pessoas_surdas.html.php

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