Alunos e professores surdos e profissionais que lidam diariamente com a comunidade surda lotaram as galerias do plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), na manhã desta sexta-feira, 10, acompanhando a audiência pública sobre “Escola Bilíngue de Surdos: do direito à prática”, proposta pelo deputado estadual Iran Barbosa (PT).
SERGIPE – Na ocasião, os presentes prestigiaram as palestras da coordenadora Geral de Política Pedagógica da Educação Bilingue do MEC, Flaviane Reis; do presidente do Centro de Surdos de Aracaju (Cesaju), Pablo Ramon Lima de Barros; da presidente do Instituto Pedagógico de Apoio à Educação do Surdo de Sergipe (Ipaese), Ana Lúcia; do vice-presidente do Cesaju e professor substituto do curso de Letras-Libras da UFS, Geraldo Ferreira Filho.
“Queremos que sejam admitidos profissionais que sejam referência para os surdos e tenha a troca de influência para as línguas de sinais. Levar um surdo a inclusão não existe porque pela falta de inclusão da língua em libras, é mais uma segregação. O português sempre vai estar como língua majoritária. É direito da criança surda em aprender por meio da educação bilíngue com seus pares e com professores fluentes na língua de sinais, incluindo professores surdos”, destacou.
De acordo com a professora e interprete, Josielma Freire Lima, que participou da audiência, no Estado de Sergipe existem mais de 700 pessoas surdas e a implantação de escolas bilíngues é importante e necessária, desde que seja com profissionais habilitados.
“Isso é primordial para o surdo, agora, com profissionais capacitados que conheçam a comunidade surda e não qualquer um, pois a demanda de surdos no estado esta crescendo”, destacou.
Ressaltou também que atua na área há bastante tempo e a luta das pessoas surdas e o esforço no processo educacional é complicado e complexo. “Estou na sala de aula, acompanhando alunos surdos no nível superior e percebo a dificuldade por não ter uma metodologia adequada”, ressaltou.
Com a ajuda de Josielma Freire Lima, o professor de Teatro Jonatas Victor Silva, que é surdo, destacou a importância da escola bilíngue, principalmente na fase inicial.
“Libras é de extrema importância de deve ser inserida na grade escolar. Mais importante que isso, é a participação dos familiares para o desenvolvimento da pessoa surda”, frisou.
Fonte: https://al.se.leg.br/audiencia-debate-escola-bilingue-para-mais-de-700-surdos-no-estado/