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Falar sobre surdez no Brasil ainda é um grande desafio. Segundo dados do Governo Federal, no país existem mais de 10 milhões de pessoas com deficiência auditiva, sendo 20% delas completamente surdas. Entre elas está Thaiana Vianna Coelho, de 34 anos, professora de libras.

Apesar da Surdez Profunda Bilateral, que é quando ambos os ouvidos são acometidos 100%, Thaiana fala que adora curtir a noite com os amigos.

“Alguns dos meus amigos sabem Libras e outros não. Aos amigos que não sabem a língua de sinais, a comunicação acontece por meio da leitura labial, gestos e expressões. Eu consigo entender eles e eles a mim. Amo pagode porque o ritmo é perfeito. Sinto a vibração através do meu corpo” relata.

As vibrações sonoras

Geíse Viana, de 33 anos, Intérprete e Tradutora de LibrasPortuguês, explica que os surdos sentem a batida que o som alto produz.

“Por exemplo, quando colocamos a mão no aparelho de som, a gente sente a vibração das batidas. O mesmo acontece com eles, porém, os não ouvintes possuem a sensibilidade mais apurada e conseguem perceber essa vibração mais facilmente, mesmo sem tocar no aparelho. E seguindo essa batida, acompanhando ela, eles dançam. Nós, ouvintes, estamos acostumados a ouvir as coisas, então, detalhes como esse acabam passando despercebidos”, afirma.

Thaiana nasceu ouvinte, mas em decorrência de uma meningite bacteriana acabou perdendo a audição quando tinha 2 anos de idade.

“Fiquei com uma febre muito forte em decorrência de uma meningite bacteriana. O médico que me examinou disse que era grave e que eu não voltaria a ouvir. Depois que consegui vencer a doença, ele recomendou um tratamento com fonoaudiólogo e psicólogo, pois eu poderia estar traumatizada ou assustada em não ouvir nada”, recorda.

Formada em Pedagogia e pós-graduada em Libras e Educação Especial, a professora recorda ainda que sempre gostou de ir para a escola. “Sempre gostei muito de estudar, mas como eu era a única surda, sofri muito preconceito por pessoas que não conhecem o que é o surdo e acham que eu sou incapaz de desenvolver o raciocínio. As barreiras não foram fáceis de serem vencidas, tanto para mim quanto para outros surdos”, assinala.

Geíse fala ainda que temos muito a aprender com quem possui problema de audição. “Nós, ditos ‘normais’, precisamos esquecer os preconceituosos do passado e começar a aprender com as pessoas com deficiência a superar medos e adversidades da vida. Eles têm muito a nos ensinar”, finaliza.

Fonte: MOV News

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