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No Dia Internacional da Pessoa Surdocega, neste domingo (27), conheça o trabalho de duas escolas na capital e das salas de Atendimento Educacional Especializado no interior.

Micaele Pinheiro, 22 anos, começou a perder a visão e a audição aos 13 anos, quando ainda não tinha completado o ciclo de alfabetização. Atualmente, ela aprende o alfabeto em Braille e recebe estímulos nos resíduos visuais na Escola Estadual José Álvares de Azevedo, uma das duas unidades educacionais Especializadas (UEEs) mantidas pelo governo do Pará em Belém. Jacirema Pinheiro, mãe de Micaele, diz que o ingresso da filha na unidade foi um divisor de águas.

“O Álvares Azevedo é uma escola muito boa; quando matriculamos ela na unidade, começou a desenvolver a interação com as pessoas rapidamente e, agora, minha filha está sendo alfabetizada e todo o suporte pedagógico está sendo disponibilizado para que a Micaele possa aprender”, detalha a mãe da aluna.

O progresso de Micaele é uma boa razão para celebrar o Dia Internacional da Pessoa Surdocega, neste domingo, 27 de junho, data do nascimento da escritora e ativista social norte-americana, Helen Keller, a primeira pessoa nessa condição a ingressar no Ensino Superior.

Além da Micaele, o espaço de aprendizagem também atende mais duas pessoas com perda sensorial dupla. A assistência é feita de acordo com as necessidades específicas de cada aluno.

O José Álvares de Azevedo, em Batista Campos, disponibiliza o Atendimento Educacional Especializado por meio das complementações curriculares específicas e necessárias à educação, no que se refere às vivências de Orientação e Mobilidade (OM), Atividades da Vida Autônoma e Social (AVAS), Soroban (é o ábaco japonês, que consiste em um instrumento para cálculo), além da comunicação em Braille. A unidade também oferece assessoramento técnico-pedagógico aos professores da rede regular de ensino, para a elaboração de planos de atendimentos adequados às necessidades individuais dos alunos com deficiência visual.

ASTÉRIO DE CAMPOS
Na capital, a Coordenação de Educação Especial (Coees) da Seduc também supervisiona o trabalho na escola Prof. Astério de Campos e, no interior, o aluno pode solicitar o suporte das salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE), que oferecem todos os recursos pedagógicos para o ensino.

A UEEs Prof. Astério de Campos, no bairro do Marco, oferece o Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e o Cursinho Pré-vestibular, para discentes surdos, surdocegos e com múltiplas deficiências associadas à surdez. Atualmente, o local atende 13 estudantes com perda sensorial dupla, através do Núcleo de Atendimento Pedagógico e Funcional (NAPF), para desenvolver as habilidades de percepção, atenção, cognição, memória e a busca da independência afetiva.

Diretora da escola, Antonia Francismara Pamplona diz que a democratização da educação ajuda as Pessoas com Deficiência (PcD) a  desenvolverem habilidades para perceber o mundo de forma mais clara e concreta, pois muitas vezes elas têm uma grande dependência afetiva de algum membro da família.

“A Educação Especial, na perspectiva da Educação Inclusiva, tem um papel muito importante, visto que esta vai além da escolarização dessas pessoas e também dá oportunidade aos alunos surdocegos, de convivência com a diversidade e acesso ao ensino. Esta modalidade garante a esse público-alvo independência e autonomia em suas atividades diárias”, informa a diretora.

CAPACITAÇÃO
Coordenador da Coees, Felipe Linhares diz que a capacitação dos profissionais por meio da formação continuada ajuda a qualificá-los e buscar mecanismos para melhorar o atendimento aos alunos da educação especial voltada a pessoas com deficiências auditiva e visual.

“A Seduc tem disponibilizado capacitações e qualificações desses profissionais, para que haja um diferencial no atendimento aos alunos. Portanto, todo o ambiente das salas de AEE são diferenciados, os recursos são individualizados e o procedimento do professor também é singularizado, com o intuito de atender da melhor forma possível os estudantes”, salienta o coordenador.

Linhares ressalta que as estratégias de ensino para alunos com deficiência visual vão muito além da Língua Brasileira de Sinais (Libras) ou de outros recursos pedagógicos. “A surdocegueira é uma deficiência bem desafiadora, porque você não está exatamente lidando com uma pessoa que possui duas deficiências, pois ela é considerada uma única deficiência”, conclui o dirigente.

Fonte: Agência Pará

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