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Usada por mais de 5 milhões de pessoas, e reconhecida como o segundo idioma do país, a Língua Brasileira de Sinais é utilizada para se comunicar com pessoas com deficiência auditiva

Os dedinhos ainda são pequenos, mas os gestos que eles representam têm um significado muito maior: o da inclusão. Cerca de 50 alunos com idades entre 7 e 8 anos, das séries iniciais do Ensino Fundamental do Colégio Lusíadas, em Cariacica, se divertiram durante uma aula básica de Libras (Língua Brasileira de Sinais), reconhecida em 2002 como a segunda língua oficial do Brasil.

Usada como forma de se comunicar com pessoas com deficiência auditiva, estima-se que atualmente no país mais de 5 milhões de cidadãos façam uso da linguagem de sinais. É por esse conjunto de códigos, que compreende gestos, expressões, leitura labial e até mesmo estrutura gramatical própria, que surdos e mudos se comunicam com o restante das pessoas.

De acordo com a coordenadora pedagógica do Colégio Lusíadas, Mirian Neto, as aulas de Libras fizeram parte das ações do “Projeto Valores e Cidadania”, desempenhado pela escola com os estudantes. Cada turma do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental da escola recebeu uma aula sobre linguagem de sinais.

“Entendemos que estimular a responsabilidade social contribui para o exercício da cidadania dos nossos pequenos. Eles já entendem e mostram interesse em conhecer outras realidades fora do mundo deles e que, se dermos a nossa contribuição, poderemos, pelo menos, amenizar as ‘diferenças’”, afirma Mirian.

Cidadania
A estudante de Pedagogia Rhoana Pereira foi quem deu as aulas de Libras para os pequenos. Estagiária na escola há dois anos, além de ensinar o básico da linguagem de sinais, ela também passou aos alunos várias noções de cidadania e empatia.

“Procurei explicar para as crianças a dificuldade que o surdo tem em se comunicar com os ouvintes, mas que nós, quanto ouvintes, podemos quebrar essa barreira. Um ponto importante é que, além de ser trabalhado o conhecimento sobre os sinais da Libras, também trabalhei a cidadania e consciência sobre a importância de saber se comunicar com um surdo”, afirma.

O primeiro contato de Rhoana com a Libras foi na infância, quando aos 10 anos aprendeu o alfabeto manual. Anos depois, já no Ensino Médio, ela teve contato com uma colega de escola que era surda, e que se comunicava com o auxílio da intérprete que a acompanhava durante as aulas.

“A partir daí, comecei a me interessar em aprender mais, pois me incomodava depender de alguém para me comunicar com uma colega. Em 2015, fiz o curso na Escola Oral Auditiva de Vitória, desde então, comecei a ter mais contato com a comunidade surda e a conhecer suas dificuldades no dia a dia, inclusive nas escolas, pela falta de profissionais que tivessem o mínimo conhecimento da Libras para ajudá-los”, afirma.

Aprendizado
De acordo com Rhoana, na faixa etária dos estudantes do Ensino Fundamental o processo de aprendizagem é mais fácil e, como as crianças estão se desenvolvendo, a aquisição do conhecimento ocorre de forma mais leve. Cada turma recebeu uma aula, e já se estuda a realização de novos encontros.

“Foi maravilhosa, além do esperado, por ser uma língua desconhecida pela maioria deles, mas todos ficaram encantados e saíram da escola no fim do dia sinalizando para os pais. Durante a semana ainda recebi o feedback dos pais, falando sobre animação das crianças em casa, a maioria relatou que os alunos ensinaram para a família”, comemora a profissional.

Fonte: https://g1.globo.com/es/espirito-santo/especial-publicitario/coc-lusiadas/noticia/2018/12/21/alunos-do-ensino-fundamental-assistem-aulas-de-libras-em-escola-de-cariacica.ghtml

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