Vitória, de 9 anos, não é surda, mas só desenvolveu a socialização depois que aprendeu a língua de sinais.
MATO GROSSO DO SUL – Todas as crianças que estudam com Vitória Marinho, de 9 anos, aprenderam a “cantar” a música Parabéns em Libras, para comemorar o aniversário da menina. O momento foi registrado e tem emocionado internautas.
Vitória tem Síndrome de Donw e teve dificuldade de aprender a se comunicar da maneira convencional, com a voz. Mesmo sem ser surda, há dois anos ela passou a usar a língua de sinais e, a partir daí, teve um salto no desenvolvimento social e de aprendizagem.
“A Libras entrou na nossa vida com tudo. Ela pegou super bem, hoje o vocabulário dela com a Libras é bem grande e a partir do momento que ela começou a se comunicar por libras, ela é uma outra criança. Muito mais tranquila, muito mais introduzida nos ambientes, muito mais independente. A alfabetização dela hoje é toda em libras na escola. Apesar dela escutar, ela hoje comunica por sinais”, disse a mãe de Vitória, Suelen Marinho.
Ao ver o avanço dela, Suelen lutou para provar que filha precisava ter o auxílio de uma intérprete de Libras na sala de aula. Por lei, apenas alunos surdos teriam esse direito, mas a menina alcançou mais uma vitória.
A partir desse ano, a professora Adriana Gomes acompanha a menina e faz a interpretação das interações em sala. Foi ela que ensinou os colegas de Vitoria a cantar o parabéns em Libras. Mas primeiro, ajudou a própria aniversariante a entender os sinais da música.
“No dia da festa, a Vitória chegou depois do intervalo. Então a gente teve duas horas pra ensaiar antes dela chegar. Os alunos ficaram com a sinalização toda na ponta das mãos e fizemos essa singela homenagem para ela regada de muito carinho, muito afeto”, relatou Adriana.
O gesto mostrou para a mãe de Vitória que é possível uma vida de qualidade para a filha, com independência, reconhecimento de suas capacidades e respeito à diversidade.
“Como qualquer outra mãe, a gente adora ver o nosso filho realmente inserido, incluído e participando e feliz. Eu acho que isso realmente é inclusão. Todo mundo acreditar e do jeitinho dela todo mundo se adaptar a ela, e ela se adaptar à sala e funcionar. Que ela aprenda, que ela desenvolva, que ela socialize”, completou a mãe.
Fonte: G1