Logo no primeiro dia de triagem da Justiça Rápida no Porto Velho Shopping, durante a exposição realizada entre os dias 9 e 21 de agosto, o estudante Gustavo Izaías buscou atendimento para verificar a possibilidade de oficializar a união com a companheira Beatriz, com quem vive há dois anos.
RONDÔNIA – O casal, que é surdo, soube do casamento comunitário e quis participar, mas, antes de se inscrever, quis ter certeza de que contariam com o atendimento necessário, na Língua Brasileira de Sinais – Libras. Com a intervenção do Núcleo de Acessibilidade e Gestão Socioambiental do Tribunal de Justiça de Rondônia, o casal conseguiu realizar esse sonho na companhia da comunidade surda de Porto Velho, e foi um dos 76 casais a selarem a união durante o evento.
O jovem casal, ambos aos 29 anos, se conheceu no Acre, por meio de amigos em comum. Mesmo morando em Estados diferentes, ela em Porto Velho e ele em Rio Branco, o casal manteve o relacionamento por quase sete anos, entre idas e vindas. A mãe de Beatriz, Vânia Gomes, conta que o casal sempre foi muito parceiro, mesmo durante o tempo distante. A situação mudou com o início da pandemia da covid-19, em 2020. “Devido à Covid, a mãe faleceu e eu o trouxe para morar conosco, porque foi um dos desejos da mãe dele”, conta. A oportunidade de realizar o casamento com toda a tradição emocionou a família. “Uma emoção ímpar, não tem explicação. Espero que eles sejam muito felizes”, se emocionou ao casar a filha única.
O dia especial de Beatriz e Gustavo mobilizou vários setores do TJRO, desde a organização até a entrega da Certidão que converteu a união estável em casamento. Tudo acertado para a cerimônia, Gustavo e Beatriz convocaram toda a família para o sábado à tarde. Ele de terno e gravata, ela vestida de noiva com direito a vestido branco e produção especial. “O Tribunal de Justiça está de parabéns por dar essa oportunidade para nós”, disse Beatriz, por meio de Libras. O casal abriu a cerimônia, sendo seguido pelos 75 casais inscritos para participar da ação. “Estou calmo e muito feliz porque o Tribunal nos proporcionou esse momento”, disse.
O cerimonial do TJRO também cuidou para que convidados surdos também pudessem acompanhar a cerimônia e um grupo de surdos, amigos do casal, também compareceu. A inclusão de surdos nas ações do TJRO é resultado de um esforço concentrado da instituição para garantir que pessoas com deficiência tenham acesso à Justiça. Ações permanentes são mantidas pela instituição por meio da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão (CPAI). O juiz auxiliar da Presidência e presidente da comissão, Guilherme Baldan, ressaltou que a inclusão é uma preocupação constante da instituição. “Nossa missão institucional é oferecer o efetivo acesso à Justiça para todos, e são essas ações e políticas de inclusão que permitem ao Tribunal atingir nosso objetivo de estar mais próximo das pessoas”, concluiu.
Fonte: TJRO