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Em 2002, a Língua Brasileira de Sinais (conhecida como Libras), recebeu o reconhecimento, por lei (Lei nº 10.436), como meio oficial de comunicação no País. Por isso, se você fala português, mas também consegue se comunicar por Libras, pode se considerar uma pessoa bilíngue. Mas há outros motivos além do currículo para aprender essa língua, como mostraremos mais adiante.

Librasol traz oito curiosidades da Língua Brasileira de Sinais que podem te inspirar a aprendê-la e com isso colaborar para inclusão social das pessoas surdas. Confira só.

8. Origem da Língua Brasileira de Sinais

Eduard Huet

Ainda no século XIX, o imperador Dom Pedro II convidou ao Brasil o educador francês Eduard Huet que era surdo e conhecedor da Língua Francesa de Sinais. Huet trouxe diversos documentos para educação dos surdos e ajudou a fundar, em 26 de setembro de 1857, a primeira escola especial no Brasil que hoje é conhecida como o Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES). Dom Pedro II tinha um interesse particular na criação do Instituto, pois seu neto, filho da Princesa Isabel era surdo.

Por isso, considera-se que a Libras é uma mistura da tradicional Língua Francesa de Sinais com os gestos que já eram utilizados por surdos brasileiros antes da chegada de Eduard Huet.


7. Libras tem diferentes “sotaques” regionais

Libras é uma língua viva que, como todas as outras línguas, passa por modificações históricas e culturais — pense no surgimento de gírias. Os próprios usuários podem criar novos sinais o que torna o aprendizado da língua interessante e dinâmico.

Os sotaques e variações linguísticas são jeitos diferentes do padrão (gestual/visual) de sinalizar em Libras, característicos do local onde a pessoa vive.

Os vídeos abaixo mostram um exemplo de sinal padrão e sua forma variável para determinada região do País. Confira só.

Como se ’diz’ a palavra “pai” em Libras

Agora, a palavra “pai” com ’sotaque’ gaúcho


6. Cursos gratuitos

Quando se inicia o aprendizado de Libras, o foco inicial não é aprender a sinalizar perfeitamente, mas sim em compreender os sinais. Prestar atenção em uma conversa entre dois surdos, ajudará você a absorver mais conteúdo na língua e a reproduzir os sinais de forma mais natural. O ideal é estudar todos os dias frases e contextos, para o aprendizado de Libras ser mais eficiente.

É possível aprender libras gratuitamente pela Internet, como por exemplo, os cursos online oferecidos pela USPPara participar, não é preciso cadastro. Há também o curso básico da Universidade da Libras, que ensina 99 sinais. Pelo celular, há o aplicativo Hand Talk, que traduz automaticamente textos e áudio, além de ensinar diversas palavras da Língua de Sinais.


5. Libras versus Língua Portuguesa

Para uma pessoa surda, uma das grandes vantagens de aprender Libras em relação a aprender o português é o fato de que língua de sinais é composta por expressões faciais e corporais enquanto a Língua Portuguesa é baseada apenas nos sons das palavras, o que torna difícil o aprendizado pelos surdos. O português, como outras línguas faladas, é uma experiência auditiva.

É importante que a criança com surdez desde muito cedo inicie seus estudos com a Libras – mas é importante, também, mesmo para essas crianças, aprender a língua portuguesa. O aprendizado das duas línguas facilitará a integração na sociedade.

Assim, a criança desenvolve meios de interação com as pessoas, ampliando a percepção de mundo, facilitando, futuramente, a inclusão no mercado de trabalho.


Um Decreto do Governo Federal (nº 5.626) determina que seja feita a inclusão obrigatória de Libras como disciplina curricular na formação de professores e nos cursos de Fonoaudiologia.

Estudar Libras é muito importante para o rompimento de barreiras na comunicação, compreensão da cultura surda (estilos de vida, hábitos e desafios) e inclusão social.

Mas, para além da obrigatoriedade, há uma questão de desenvolvimento profissional. Professores com formação em Libras são, naturalmente, mais valorizados e tendem a ganhar mais.


3. Existe Libras com os pés

O movimento com as mãos na Libras é utilizado para sinalizar letras/palavras. Mas como seria a comunicação dos surdos se não fosse possível usar as mãos ou braços ou na ausência deles? Para este caso, existe uma outra forma de comunicar-se em Libras por meio da sinalização das letras do alfabeto com os pés.


É incorreto pensar que a língua de sinais é a versão gestual/sinalizada de línguas orais, uma vez que seguem normas diferentes e uma gramática bastante complexa. Ao redor do mundo, as línguas de sinais variam por aspectos geográficos, históricos e culturais, assim como ocorre com a língua falada oralmente pelos ouvintes. No Japão por exemplo, a língua de sinais é chamada de Nihon Shuwa e é utilizada como forma de comunicação por 95% da população surda.


profissão de Intérprete de Libras é regulamentada por lei (saiba mais aqui) e o foco de atuação desses profissionais é na área da educação, nas salas de aula, sendo um canal de comunicação entre o aluno surdo e a comunidade escolar.

Além dessa área de atuação, destaca-se a importância do intérprete para transmissão de conteúdo aos surdos em eventos, emissoras e estúdios de televisão proporcionando recursos de acessibilidade à informação.


Humberto, Personagem Turma da Mônica, se comunica em Libras

Humberto não é um personagem novo na Turma da Mônica. Esse garotinho surdo foi criado por Maurício de Sousa ainda na década de 1960 – sinal de que, já naquele tempo, o cartunista mais querido do Brasil se preocupava com o respeito às pessoas surdas.

E, claro, Humberto aprendeu Libras. Em uma edição de 2006 da série de quadrinhos, Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali aprenderam o alfabeto manual por meio de um livro esquecido de propósito por Humberto, já que ele queria ser compreendido pelos colegas. O gibi convida os leitores para também entender a língua de sinais, propondo que fosse desvendada uma mensagem em alfabeto manual deixada por Humberto.

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